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Produtores rurais reivindicam manutenção da alíquota da venda de boi vivo


Por Por assessoria

Produtores rurais reivindicam manutenção da alíquota da venda de boi vivo

Foto: Divulgação

Uma reunião nesta quinta-feira, 30/07, entre 20 presidentes de sindicatos rurais e o governo debateu os preços da alíquota dos impostos para a venda do boi vivo fora do Mato Grosso.  O recente fechamento dos frigoríficos na região Sudoeste do Estado, como o Minerva Foods, que demitiu 701 funcionários em Mirassol D`Oeste, também foi um dos focos do encontro. Desde 2014 foram fechados mais de 18 frigoríficos e restam hoje apenas 22 plantas no Mato Grosso.

Os produtores rurais contestam a principal justificativa do setor privado para as demissões e a retração do mercado: a ausência de bois. “Pode existir uma crise nacional que reduziu o consumo, porém não há falta de gado, pelo contrário. Estamos conseguindo manter um fornecimento de bois com um prazo de até 15 dias para o abate, isso significa que existe muito estoque de gado nos abatedouros”, explica Alessandro Casado, presidente do Sindicato Rural de São José dos Quatro Marcos.
 

O debate sobre o rebanho bovino embala outra discussão entre os produtores e o setor privado: a alíquota do imposto cobrado para a venda de gado para outros Estados. Os frigoríficos fizeram uma proposta para que essa venda ocorra com uma alíquota maior para impedir que os produtores vendessem o boi vivo para frigoríficos de outras regiões. Os produtores rurais contestam que essa venda tenha reduzido o gado destinado para as plantas frigoríficas do Mato Grosso.

“Os próprios dados do governo mostram que a comercialização do boi vivo está abaixo da média dos últimos anos. Essa justificativa para se subir a alíquota não procede”, explica Casado.

Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA),  a venda de boi vivo está com a menor percentagem histórica. Nos últimos anos, a venda para outras regiões estava em 5,3% do gado comercializado. Hoje esses números estão em 2,3%.

“É importante que o governo apoie os produtores. Em Cáceres, por exemplo, a economia da município ainda tem a pecuária como sua principal atividade”, afirma o presidente dos Sindicato Rural de Cáceres, Márcio Lacerda. “O impacto das decisões do setor privado são enormes nas cidades do Sudoeste”.

Também participaram da reunião Carlos Fávaro - o vice-governador, Rui Prado - presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso (Famato), Guilherme Linares Nolasco -  presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) e 20 presidentes de sindicatos rurais do Estado.